sábado, 6 de agosto de 2011

Conversa Fraterna " Coragem, sou eu"

TEXTO BASE: EVANGELHO DE SÃO MATEUS 14, 22-33
O episódio do mar faz a gente se lembrar de uma outra história, contada no livro do Êxodo, quando o povo teve de enfrentar o Mar Vermelho para se livrar dos egípcios. Também tem relação com o caso de Elias, que enfrentou o deserto para se livrar da perseguição e, nesta fuga, viveu a experiência de ser amparado por Deus. Também nos recorda alguns relatos da ressurreição, onde o medo é substituído pela fé. Em todos eles, um ponto comum: trata-se de relatos de epifanias ou de teofanias, isto é, manifestações e revelações de Deus para o seu povo.
Nesta passagem, Jesus se revela para os discípulos como certeza de presença no meio da noite e da tempestade. O mar e a noite são dois grandes símbolos do poder e da força do mal. Mas Cristo se revela mais forte que o mal, como aquele que socorre e estende sua mão salvadora: “Coragem, sou eu, não tenham medo!”.
Como toda teofania, o episódio se conclui com uma profissão de fé daqueles que testemunham o acontecido. “Verdadeiramente, tu és o filho de Deus”, dizem os discípulos, que estão na barca-comunidade. Profissão de fé que constitui-se numa adesão profunda à pessoa do Senhor, repelindo toda confiança em si próprio e todo entusiasmo inútil, todo o medo e toda dúvida, fortalecendo o discípulo nos embates da vida.
Na liturgia, embora não vejamos o Senhor, recebemos os sinais de sua presença, especialmente sua palavra que conforta. Ali recebemos a energia para vencer as tempestades da vida e enfrentar as noites escuras da caminhada. No meio dos conflitos cotidianos, recebemos o sacramento de sua presença: “Sou eu, não tenha medo“.

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